São Paulo, agosto de 2019 – Chegou ao fim, ontem (14/8), o Hajj, peregrinação mulçumana que acontece todos os anos em Meca, na Arábia Saudita. Os peregrinos finalizaram o evento em Medina, localizada no oeste da Arábia Saudita, na região do Hejaz – considerada a segunda cidade santa para os muçulmanos. Depois de muita reflexão e orações, milhões de muçulmanos estão voltando para suas casas. De acordo com a imprensa saudita, participaram em torno de 2,5 milhões de fiéis muçulmanos.
“Esse é um período muito especial e sagrado para nós. Fizemos toda a trajetória do profeta Abraão. Recomendo muito essa experiência a todos os fiéis que tiverem condições físicas e financeiras para realizá-la”, comenta Ali Saifi, vice-presidente do CDIAL – Centro de Divulgação Islâmica para América Latina.
Antes de deixar Meca, os peregrinos tiram as vestes brancas ou negras e colocam suas melhores vestimentas. Ontem, a Meca se tornou um caleidoscópio de cores, enquanto os peregrinos faziam a despedida, conhecida como Tawaf Al Wadáa, onde eles circundaram a Caaba pela última vez.
Para quem não sabe, Hajj é um ritual histórico de reflexão que é um dos cinco pilares da religião islâmica, junto ao testemunho, reza, caridade e ramadã. Os ritos são realizados dentro e ao redor da cidade sagrada de Meca. O Hajj começa em um estado de pureza que demanda rezas, banho, trato no cabelo e na barba, abandono de perfumes, cortes de unha, sexo e cigarros. Em seguida, os fiéis partem para Meca vestidos de branco.
Como acontece o Hajj? Na cidade sagrada, os muçulmanos fazem o tawaf, um ritual que acontece no pátio central da Grande Mesquita. Depois, os peregrinos percorrem um trecho de 400 metros entre Safa e Marwah. Após essa preparação, os fiéis fazem uma reza matutina e saem de Meca para Mina (conhecida como a Cidade Tenda, um bairro de Meca, na Arábia Saudita), onde passam o resto do dia e a noite rezando.
O primeiro dia é conhecido como o dia de Tarwiyah de Dhu Al Hijjah. Nesse dia, os peregrinos começam seus rituais do Hajj na Caaba, o local mais sagrado do Islã, e depois partem para Mina, a cinco quilômetros de distância.
O segundo dia é conhecido como o dia de Arafah – um dia crucial do Hajj. Depois da oração do Fajr, em Mina, os peregrinos fazem a viagem ao Monte Arafat, uma colina de 70 metros que acredita ser onde o profeta Mohammad fez seu sermão final. Permanecem e rezam no Monte Arafat – considerado o pico da peregrinação.
No terceiro dia, os peregrinos devem apedrejar o Jamrat Al Aqabah, o lugar onde se diz que o Satanás apareceu diante do profeta Abraão, fazendo alusão ao profeta Abraão, que apedrejou o Satanás após ordem do anjo Gabriel. Após o apedrejamento, o animal deve ser abatido.
A partir do quarto dia, que é também o dia de Eid Al Adha, os peregrinos passam os três dias do festival de apedrejamento e oração. Eles terminam os rituais do Hajj com um sacrifício de uma ovelha. Alguns peregrinos retornam ao Jamrat para lançar sete pedras nos três pilares novamente para consolidar sua intenção e na esperança de que Alá aceite seu Hajj.