Empresários mineiros buscaram oportunidades em evento de exportação para países árabes e islâmicos em Belo Horizonte. O encontro, promovido pela Dubai Multi Commodities Centre (DMCC) e parceiros, destaca os benefícios da certificação halal, crucial para acessar mercados muçulmanos, representando quase um quarto da população global.
O CEO da CDIAL Halal, Ali Saifi, enfatiza que o selo não só garante qualidade, segurança e rastreabilidade, mas também serve como passaporte para um mercado significativo de 2 bilhões de consumidores muçulmanos. O certificado halal impulsiona diferenciais competitivos e facilita o acesso a setores em crescimento de dois dígitos até 2024, como moda, fármacos, cosméticos e alimentos.
Ahmad Saifi, diretor de Operações da CDIAL Halal, destaca que o Brasil lidera a produção e exportação de proteínas halal, movimentando US$ 16,2 bilhões, com os países árabes sendo o terceiro maior destino após China e EUA. Empresas brasileiras, como uma especializada em cortes bovinos, obtiveram o certificado há cinco anos e experimentam aumentos anuais de 15% a 20%.
Dubai
Os atrativos números chamaram atenção do governo de Minas. Em novembro de 2021, o governador Romeu Zema participou de uma missão a Dubai em parceria com a Fiemg, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a CDIAL Halal. Um termo de cooperação foi assinado com objetivo de divulgar o certificado no estado.
A superintendente de Atração de Investimentos e Estímulo à Exportação do Governo de Minas Gerais, Bárbara Botega, destacou que a parceria entre poder público e empresários fomenta a abertura de mercados junto aos consumidores dos países do Oriente Médio e de muçulmanos que residem em outros continentes. “Estamos falando num mercado com enorme potencial, onde o número de consumidores é de quase 2 bilhões de pessoas”.
A comitiva mineira foi atrás de dicas de como aumentar a participação no mercado mundial, que atrai cada vez mais produtores. Para se ter ideia, conforme enfatizado durante o evento desta manhã por Ahmed Bin Sulayem, presidente executivo e CEO da DMCC, quase 2,5 mil empresas foram licenciadas no ano passado: “Em 2021, tivemos nosso melhor ano desde que começamos o licenciamento, em 2003. Registramos 2.485 empresas”.
A estatística é mais um exemplo de como a pandemia da Covid-19 ainda assim o mercado halal continuou aquecido, que teve como um dos marcos o aumento do preço do frete, dada a falta de contêineres disponíveis. Ainda assim, o balanço foi atrativo. Para se ter ideia, as exportações mundiais do halal somaram US$ 4,53 trilhões em 2020. Em 2021, US$ 4,88 trilhões. Para 2024, a previsão é de US$ 5,74 trilhões.
Oportunidade
Os números ajudam a entender a crescente procura de empresas para obter o selo halal. “O investimento leva em conta o porte da empresa, o tipo de produto e outras características. Mas é bem vantajoso e, em média, o prazo (para a emissão do certificado) é de 30 dias. A validade é de três anos”, explicou Ahmad Saifi, diretor de Operações da CDIAL Halal.
Os empresários Douglas Neves e Marcos Saraiva, que atuam no ramo de mineração, viajaram de Governador Valadares a BH para prestigiar o evento. “Estamos em busca de informações, esclarecimentos de como proceder em busca do selo”, disse Neves. Assim como eles, cada vez mais empresários estão atrás do selo. Em 2021, a CDIAL Halal apurou salto de 53% no total de licenciamentos emitidos em relação a 2020.
Potencial
“Temos um mercado gigantesco a ser explorado. Sobretudo é bom lembrar que boa parte dos quase 2 bilhões de consumidores muçulmanos, que representam aproximadamente um quarto da população mundial, tem alto poder aquisitivo. Portanto, um público extremamente exigente. O Brasil tem muito espaço para ser mais protagonistas neste mercado”, finalizou o diretor de Operações da CDIAL Halal.
Fonte: LN Comunicação